O mundo é uma máquina social. Parece que a norma gira em torno das pessoas, das nossas interacções e relacionamentos. Existe, no entanto, uma relação mais íntima, e é aquela que você tem consigo mesmo. Existem alturas da nossa vida em que chega aquele momento de introspecção, explorando a nossa própria alma. Mas, e onde está o tempo para isso? Parece que até a solidão traz responsabilidades, parece. Estar sozinho é um tempo para descobrir o que vai acontecer na nossa vida do dia-a-dia. É um raro olhar para a luta interna do homem.
Gabriel Isak, um fotógrafo sueco, retrata um ponto de vista um tanto pouco abandonado. É uma perspectiva que se perdeu na disputa do sabor da nossa existência extrovertida.
O conceito de Isak é usar a fotografia simples para falar de complicações pessoais, trazendo o espectador mais perto da beleza da solidão.
Isak diz,
“Eu quero usar a fotografia como uma metáfora para experiências da alma, criando fotografias que são simples na sua forma, mas ricas em ideias e emoção.”
Solidão
Infelizmente, a mídia social tem-nos esvaziado das ideias coloridas encontradas na solidão. Publicações, gostos e partilhas trazem todos os aspectos internos da sociedade para uma arena aberta. Não há segredos, a descoberta dos seus pensamentos mais profundos são tornados comuns. Se você optar por manter os seus pensamentos protegidos, a sociedade assume que algo está errado consigo. A solidão é rara e bonita, e é isso que Isak se esforça em transmitir.
Isak diz:
“O meu imaginário implica cenas surreais e melancólicas inspiradas no mundo interior de sonhos e psicologia, onde eu convido o espectador a interagir com o mundo interno de figuras solitárias que simbolizam os nossos próprios estados inconscientes”
A Sombra e ‘Eu’
Alguns acreditam que existem duas partes do ‘eu’: a luz e sombra, enquanto alguns são alheios ao facto. No seu trabalho, Isak introduz um para o outro. Em seguida, após a aceitação, os dois se tornam um. Lembre-se, eles ainda mantêm características distintas. É como uma moeda, girando continuamente quando atiradas para o ar. A inspiração para a colecção “The Shadow and the Self” foi elaborado a partir do trabalho de Carl Jung, psiquiatra suíço.
“Aquele que observa a sua sombra e a sua luz em simultâneo, observa-se dos dois lados”, diz Jung.
A magia dos Sonhos
Outro aspecto interessante da obra de Isak é a sua interpretação da introspecção espiritual e a interpretação dos sonhos. Uma correlação evidente entre a solidão em sonhos cria um efeito visual impressionante. Era só uma questão de tempo antes de Isak vaguear no mundo do eu e do sonho.
Isak traz à vida o simbolismo de um momento estranho no tempo, pouco antes de acordar de um sonho. A transição, dos sonhos para a vida real deve ser difícil para a mente. A simples representação de Isak dessa jornada momentânea é vista através de silhuetas drapeadas sobre figuras solitárias e balões perdidos. O sonho é uma experiência pessoal raramente capturada na sua totalidade.
Na colecção “The Journey azul”, Isak transmite o caos das nossas mentes ao tentar relembrar os nossos sonhos. Quanto mais tentamos, mais rápido os nossos sonhos parecem escapar. Às vezes, quando nós capturamos o sonho, as palavras são inadequadas para o sonhador. O que podemos articular pode parecer estranho ou absurdo para o ouvinte.
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