Toda a Nossa Vida Está Baseada Em Mentiras
A verdade é um fato objectivo, ao passo que uma mentira é sempre algo que tem que ser fabricada. Uma mentira devidamente criada é, no entanto, muito semelhante a verdade, portanto a mentira pode ser extremamente perigosa.
As mentiras, aceites como verdade, nos embalam numa falsa sensação de segurança, num sonho. Quando acreditamos que sabemos a verdade, deixamos de procurar por ela e, deixamos de desejá-la. Os mestres de fabricar mentiras exploram essa reacção psicológica. Vejamos quem são eles e por que continuam a produzir as suas mentiras enganosas de forma implacável.
Dia após dia, ouvimos nos meios de comunicação, as quantidades de mentiras que existem no mundo. Os políticos nos mentem, os banqueiros, empresários e os nossos conhecidos fazem a mesma coisa. Até mesmo nós mentimos as outras pessoas quando achamos necessário. Onde e quais são as raízes de todas essas mentiras?
Uma análise completa e detalhada produzirá um resultado surpreendente: veremos que todas essas diferentes mentiras têm apenas uma única raiz e, encontra-se em nós mesmos. Isso não é nada mais nada menos do que o pequeno Ser separado, ou seja, o Ego. O Ego é responsável por todas as mentiras do mundo, o ego é o maior mestre de fabricar mentiras.
O próprio ego é o produto de uma mentira habilmente construída, dado que de fato trata-se de algo que não existe, do qual é atribuído uma falsa-existência em determinadas circunstâncias. As circunstâncias exercem a sua influência sobre nós, através dos nossos pais e de outras pessoas importantes para nós. Eles são as pessoas que criaram o Ego em nós, quando nos disseram durante a nossa infância quem éramos e quais eram os nossos nomes.
As mentiras, naturalmente, não começaram por aí, já que precisavam de um Ego para sobreviver e ter experiências no mundo. As mentiras começaram quando os nossos pais nos fizeram acreditar que somos idênticos ao Ego, que éramos nada mais do que uma existência restrita e separada. Essa foi a primeira mentira e, as outras foram adicionadas de uma forma linda com novas camadas ao longo dos anos.
Com a ajuda eficaz de outras pessoas, criamos uma mentira sobre o mundo e, outra sobre a nossa própria missão. Naturalmente, não estávamos cientes de que se tratavam de mentiras, pois as aceitamos como verdade e, acreditamos completamente nelas.
Ao acreditar e a nos identificarmos com as nossas mentiras, acabamos por investir muita energia nessas mentiras ao longo dos anos que, mesmo quando alguém tenta questionar a sua verdade, morremos de medo. Nós acreditamos que sabemos como é o mundo que nos rodeia e como funciona.
Podemos claramente ver que não está a funcionar perfeitamente e, acreditamos que se tentarmos arduamente, seremos capazes de mudá-lo e torná-lo melhor. Com tais pensamentos, desejamos criar um sonho confortável para todos nós. O sonho supostamente deve trazer-nos paz de espírito, para nos convencer de que somos amados pelas outras pessoas e, o que fazemos é correto e desejável.
No entanto, as mentiras são apenas mentiras e elas podem nos dar paz de espírito por um curto ou longo período de tempo, mas no final elas só nos trarão decepção. Isso é exactamente o que revela a sua verdadeira natureza. Todos nós teremos que enfrentar a realidade um dia.
A fim de adiar esse momento, substituímos rapidamente as nossas velhas e fracassadas mentiras por novas. Fizemos isso porque temos medo da ideia de desistir da nossa existência como um Eu separado, temos medo de enfrentar o desconhecido.
Mas é chegada a hora de abandonarmos todas as mentiras e, aventuramos-nos no desconhecido. Imaginemos por um momento que todos os pensamentos desaparecessem das nossas mentes e, deixássemos de ter quaisquer conceitos, ideias, etc. As nossas mentiras são envoltas em pensamentos e, eles carregam o carimbo falso da verdade. A perda de pensamentos vai deixar-nos muito assustados, porque o mundo dos sonhos que nos dá uma falsa sensação de segurança, eventualmente também desaparecerá com eles.
Quando formos capazes de nos libertar do feitiço dos nossos pensamentos, nos surpreenderemos em perceber que a imagem que criamos para nós mesmos também desaparecerá com os nossos pensamentos. Logo, somos incapazes de responder à pergunta, “Quem somos nós”? Mesmo que encontremos uma resposta em algum lugar dentro de nós, ainda assim continuamos a ser prisioneiros dos nossos pensamentos, sendo que os pensamentos ainda não desapareceram completamente das nossas mentes. Mas, uma vez que a nossa auto-imagem tenha evaporado, deixamos de nos ver como pais ou mães, católicos ou muçulmanos, bons ou maus.
O desaparecimento dos pensamentos oferece-nos a possibilidade de experimentar a grande verdade. Juntamente com os pensamentos, o ego e, o Ser também desaparecem e, a verdade daquilo que Sou brilha intensamente. Esse é o fato indiscutível de que nos temos vestido em trapos de “Eu sou isto ou aquilo” ao longo dos anos. Visto que o nosso ambiente concentrou toda a sua atenção sobre aquela roupa, nós queríamos torná-la cada vez mais suntuosa e bonita.
Fomos bem sucedidos nesse trabalho que, finalmente, acabamos por nos identificar completamente com aquela roupa e, o fato fundamental da nossa existência caiu no esquecimento.
Hoje, finalmente, é o momento de nos livramos dos nossos pensamentos e, encontrar o nosso verdadeiro Eu, na verdade nua e crua da existência.
Fonte:
http://powerofconsciousness.blogspot.it/2016/06/our-whole-life-based-on-lies.html#more
Frank M. Wanderer Ph.D. É professor de psicologia, investigador da Consciência e escritor. Frank é autor dos livros As chamas do estado de Alerta: Descubra o Poder da Consciência!, O Maior Obstáculo Para a Iluminação: Como Escapar da Prisão dos Jogos Mentais? e vários outros livros sobre a Consciência. Com um interesse contínuo sobre o mistério da existência humana, o trabalho de Frank é de nos ajudar a acordar da identificação com a nossa história pessoal e do mundo ilusório das formas e encontrar a nossa identidade naquilo que ele chama de “Milagre”, o mistério da Consciência. Visite o seu site AQUI.
Deixe uma Resposta