A Mídia Não Está a Dizer a Verdade Sobre o Mais Recente Ataque Terrorista na Turquia
No dia 28 de Junho, três terroristas suicidas com ligações suspeitas ao Daesh ( Isis / Isil ) atacaram o terminal internacional do Aeroporto Atatürk em Istambul, Turquia. Pelo menos 41 pessoas morreram neste ataque e, mais de cem ficaram feridas. O que a grande mídia não explica na sequência do ataque, no entanto, é o contexto por trás deste ato de terrorismo.
O primeiro grande ataque do Daesh em solo Turco aconteceu em 20 de Julho de 2015, quando o grupo massacrou 34 activistas de esquerda que transportavam suprimentos para a devastada cidade curda de Kobanî no norte da Síria. Em Outubro, a organização terrorista atacou a capital do país Ancara, matando 102 activistas da paz e ferindo cerca de outros 500. Os ataques em Janeiro e Março 2016, na cidade de Istambul causaram a morte de mais de 15 pessoas.
Agora, as forças de segurança Turcas acreditam que Daesh seja responsável pelo ataque brutal no Aeroporto de Atatürk, que viu dezenas de outros civis adicionado à longa lista de vítimas do terrorismo.
Mas desde Julho de 2015 que a Turquia não trava guerra com Daesh.
Em vez disso, travaram uma guerra em suas próprias comunidades curdas, cuja oposição às políticas do presidente Recep Tayyip Erdoğan fez com que o chauvinista destruísse as promissoras negociações de paz com os rebeldes curdos de esquerda, a fim de permanecer no poder. A partir de Julho, Erdoğan procurou consolidar esse poder angariando os votos dos fascistas Turcos e fundamentalistas pró-jihad.
Erdoğan e o seu regime, desde então, têm manipulado e suprimido os meios de comunicação para esconder a realidade do recolher obrigatório militar nas comunidades curdas – que acredita-se terem matado muitas centenas de civis, entre Agosto de 2015 e Março de 2016. (The Canary relatou os crimes de guerra e destruição em apenas duas dessas áreas -. Cizre e Nusaybin )
Apesar da morte e destruição causada na Turquia por terroristas inspirados no Daesh, Ancara apenas se envolveu em alguns ataques contra o Daesh, travando em vez disso uma guerra completa no Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK ) – uma das forças de combate mais eficazes anti- Daesh no terreno quer no Iraque como na Síria.
Na Turquia de hoje, entretanto, os extremistas quase religiosos, têm sido muitas vezes ignorados. O actual regime foi acusado em diversas ocasiões de servir como um “mediador e aliado” para o Daesh e outros jihadistas na Síria, quer de forma directa ou indirecta.
Em casa, as autoridades fecham os olhos a estes fundamentalistas. Apenas recentemente, quando centenas de bandidos atacaram cidadãos enquanto ouviam os Radiohead e bebiam cerveja em Istambul, as autoridades responderam disparando gás lacrimogéneo e balas de borracha contra as vítimas e não contra os atacantes.
As pessoas instruídas em geral, têm sido alvos de repressão por parte do governo ao longo do último ano. Tem havido muitos casos em que eles são proibidas de saírem do país e, os apoiantes do regime expressaram abertamente o seu ódio para os cidadãos com um nível de escolaridade mais alto do país.
Os governos ocidentais têm ignorado a deterioração da situação dos direitos humanos na Turquia e a sua cumplicidade com as forças jihadistas na Síria por muito tempo. Dado que Ancara comanda o segundo maior exército da NATO, o Ocidente acredita que não pode se dar ao luxo de provocar o regime Turco de forma errada. Porém, quanto mais os aliados da Turquia ignorarem essa realidade, pior ela se torna.
Hoje, os cidadãos do país vivem em constante medo devido a violência. E a resposta suave do governo contra os jihadis e a resposta de mão de ferro para as demandas democráticas, são os principais culpados. O Ocidente tem que enfrentar seriamente este problema o mais rapidamente possível. A luta para derrotar Daesh e trazer a paz para o Oriente Médio depende disso.
Fonte:
http://www.thecanary.co/2016/06/29/heres-media-wont-tell-turkeys-recent-terrorist-attack/
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