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Dia da independência … ou Dia que marca o início da ditadura?

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11 de Novembro de 1975, data em que os Angolanos festejam a tão sofrida independência dos Portugueses, uma guerra ou luta que teve início, em 4 de Fevereiro de 1961. (de acordo com o MPLA)

A luta pela independência foi intensa e sangrenta e, segundo a historia, os angolanos usaram catanas para combater os opressores que na altura já dispunham de armas de fogo, dados sobre quantos portugueses morreram pelas catanas continuam indisponíveis.

Hoje, feriado nacional, o povo angolano festeja e lembra o dia da independência com inúmeros eventos, desde encontros culturais até maratonas, uma atmosfera que se propaga pelos vários países no mundo, onde existem angolanos. As figuras de maior realce nacional emprestam os seus rostos para falar, cantar e de alguma forma ou de outra tornar o dia inesquecível….

E inesquecível ele será….

Não pela festa, não pelo feriado, mas por causa dos eventos que marcaram este dia como um dos mais importantes para o povo angolano e, como não podia deixar de ser é importante que nos lembremos dos “verdadeiros” factos.

O início da luta

Segundo o MPLA, 4 de Fevereiro foi o dia em que supostamente 200 angolanos atacaram a Casa de Reclusão Militar, a Cadeia da 7.ª Esquadra, a sede dos CTT e a Emissora Nacional de Angola, porém para Portugal e para FNLA, o início da luta teve lugar no dia 15 de Maio, data em que se instaura uma sangrenta chacina contra os colonos, incluindo mulheres e crianças e, visto que o símbolo nacional é a catana, deixo-vos imaginar como as crianças portuguesas foram mortas, esta é considerada o verdadeiro início da rebelião contra os portugueses, então por que aceitamos 4 de Fevereiro e não 15 de Maio?

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A luta continuou até 1974, onde os três movimentos (UNITA, FNLA, MPLA) travaram fortes batalhas contra os seus opositores, tudo na tentativa de descolonizar Angola, porém a independência não foi conseguida por causa desta luta, mas sim porque em 25 de Abril de 1974 caía o regime ditatorial de António Salazar, no ano seguinte, isto é em Janeiro de 1975, foi então assinado o “Acordo do Alvor” sendo que a verdadeira e própria soberania foi concedida em 11 de Novembro deste mesmo ano.

11 de Novembro de 1975 – início da ditadura

Enquanto os nossos jovens e crianças e até mesmo mais velhos, são persuadidos a acreditar que este foi o dia da nossa independência, para mim, este dia marca o início da ditadura que perdura até os dias de hoje.

A independência foi proclamada pelos três lideres, Neto em Luanda, Savimbe no Huambo e Roberto em Ambriz e, é aqui que devemos prestar atenção e ser críticos, nesta altura e depois dos três movimentos terem “dado sangue” pela causa, o que achas que deveria ser feito?

As ideias podem variar, mas para mim, devia ser criado um governo de transição, onde os três seriam os lideres e, em data estabelecida pelos três realizavam-se as eleições “livres e justas” e parece que assim foi, Angola criou um governo de transição com uma comissão presidencial e vários ministros pertencentes aos três movimentos. Mas a verdade é que tivemos uma guerra civil que vitimou milhares de inocentes simplesmente porque o MPLA depois de confronto com a UNITA e FNLA baniu e excluiu-os das actividades politicas, violando assim o Acordo de Alvor, inconformados, os outros movimentos, deram então início a guerra civil.

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– Quem votou em Agostinho Neto?
– Como é que ele tornou-se presidente de angola?
– Como é que lhe foi atribuído o Prémio Lenin da Paz, recorde-se um prémio atribuído à figuras que se destacam no fortalecimento da paz entre os povos quando foi ele e o seu Mpla a banir os outros dois movimentos dando assim origem a guerra civil e a desunião dos angolanos? Que irónico.

José Eduardo não é o primeiro ditador Angolano, o primeiro foi António Agostinho Neto, só os egoístas se comportam dessa forma, a ganância pelo poder era tanta que não queria dividir com mais ninguém.

Quase todos os principais fundadores do movimento, MPLA excepto Lúcio Lara, padrinho do Herói da MARVEL, foram mortos. Matias Migueis, Viriato da Cruz, Eduardo Macedo dos Santos, Hugo de Menezes e Mário Pinto de Andrade, não admira por que conhecemos Neto como único fundador do movimento.

Neto é fortemente acusado de ser o arquitecto do sequestro de Matias Miguéis e José Miguel (militantes do MPLA) conseguiu prender os dois e depois deu o remate final “leia-se morte”.

Hoje, Neto é recordado como o poeta maior e herói nacional, uma espécie de herói da MARVEL e no entanto os esforços de Savimbe e Roberto foram enterrados no esquecimento, até porque foram pintados como os maus da fita.

Eu sei, devo admitir que a foto abaixo onde Neto está sentado debaixo da árvore a escrever sabe se la o que, é realmente fantástica. Dá um ar de poeta respeitado.

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Hoje é dia de “FESTA RIJA”

É triste ver que continuamos a participar em festas após festas, 11 de Novembros atrás de 11 de Novembros, cantamos, rimos, viajamos, organizamos festas, dançamos e comemos, esquecendo que angola não é independente, os portugueses saíram, mas a guerra continuou, primeiro com a guerra civil, agora com uma forte ditadura. só os bárbaros são capazes de tal proezas.

– Como podemos festejar o dia da independência nacional quando há ditadura em angola?
– Como pode ser ele o pai da nação? E a mãe está aonde? (sem falar dos outros líderes)
-Será que deveríamos dar início a uma outra luta de libertação?
– Será que neste caso a luta seria pela desprogramação mental e condicionamentos e crenças impostas?
– Como podemos festejar e nos orgulhar deste dia quando ninguém pode dizer nada naquele pais?
– Qual independência se continuamos a viver subjugados e dominados pelo MPLA?

Esta luta foi marcada por crimes, estupro das populações, quer portugueses como angolanos e muita discórdia e intriga entres as figuras mais emblemáticas dos três movimentos.

Angola já teve vários heróis, homens e mulheres que deram o “cabedal” basta pensar em Ngola Mbandi, Njinga Mbandi, (será que são irmãos?) Mpita Vita, Mandume rei dos Cuanhamas, essas eram altas figuras.

Foi graças a independência que e a ganância pelo poder, que angola viu-se mergulhada na guerra civil, onde muitos morreram e outros tiveram que fugir para os países mais próximos e, quem tinha possibilidade fugiu para mais longe, festejamos a independência? De que?

Todos somos heróis, apenas se colocarmos o bem estar dos outros acima do nosso, somos heróis se deixarmos o ego de lado, a ignorância juntamente com a burrice, se deixar-mos de festejar festas que nem sabemos de onde vieram.

Que esta seja uma data de reflexão, sobre o passado, presente e aquilo que queremos para nós e os nossos filhos. Somos uma geração perdida, que dorme e ronca, somos uma geração de licenciados com um só objectivo. Ter um bom trabalho e ganhar bem, e claro mostrar o ténis da actualidade.

Não há motivo de festa, só amargura de quem perdeu um parente, só amargura de quem sofreu dia e noite, só lágrimas de quem perdeu um membro por causa das minas, só confusão na mente daqueles que lutaram e vivem ainda na pobreza, assim como nós que não demos nem um tiro.

Que cada 11 de Novembro seja uma data de lembrança, de que seja qual for o propósito de uma luta, seja ela para libertar uma inteira nação, se não ser feita com amor no coração, sem ego ela está destinada a falhar.

Viva Angola, viva o camarada presidente Dr Agostinho Neto.

Bom 11 de Novembro a todos

Por: Graciano Constantino

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