Ministro das Relações Exteriores Italiano Concorda “100%” Que as ONGs de Migrantes Trabalham Com os Contrabandistas
Migrantes sendo resgatados pela Cruz Vermelha Italiana © Yara Nardi / Reuters
O Ministro das Relações Exteriores italiano, Angelino Alfano, disse que “concorda 100%” com as alegações feitas na semana passada que acusavam as caridades de resgate de migrantes de conspirar com os traficantes de pessoas na Líbia.
O debate foi desencadeado recentemente pelo promotor siciliano Carmelo Zuccaro, que disse à imprensa italiana que tinha “provas de que existem contactos directos entre certas ONGs e os traficantes de pessoas na Líbia”, mas não sabia se poderia ser usado em tribunal.
Zuccaro acusou “certas” ONGs de receber chamadas da Líbia, dizendo que tinha “fatos apurados” provando que os barcos de resgate desligaram os seus identificadores e ligaram as lâmpadas para mostrar aos barcos de migrantes onde estavam.
Procurador italiano acusa ONGs de conspirar com traficantes de seres humanos
“Concordo 100% com o promotor Zuccaro, enquanto fez uma pergunta real”, disse Alfano aos jornalistas em Taormina, na Sicília, no sábado, de acordo com o jornal o Fatto Quotidiano. “Aqueles que ficam indignados com a queda de um chapéu são hipócritas.”
“Zuccaro não generalizou, ele não acusou genericamente todas as ONGs, mas precisamos ir até o fim”, continuou.
O primeiro-ministro Paolo Gentiloni juntou-se a conversa em Bruxelas no sábado, dizendo: “Se os magistrados tiverem informações úteis e credíveis, o governo certamente não se oporá” a investigação.
Zuccaro, que está a investigar o tráfico de migrantes juntamente com outros promotores, disse ao parlamento italiano em Março que sabia que os traficantes e os socorristas estavam em contacto, mas, nessa altura, disse que não tinha provas. O ministro italiano da Justiça, Andrea Orlando, disse-lhe que apresentasse qualquer prova que ele tivesse.
Algumas das organizações envolvidas no resgate de migrantes incluem os Médicos Sem Fronteiras, SOS Mediterranee, Save the Children e Estação de Ajuda Offshore Móvel (MOAS), com sede em Malta. Todos negaram que estivessem a conspirar com os traficantes de pessoas.
Fonte:
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