“Escolha Entre Peste e Cólera”: 29% dos Eleitores Franceses Pretendem Abster-se Na segunda Volta Presidencial
Faltam apenas alguns dias antes que França se dirija às urnas para uma votação crucial para escolher o seu próximo presidente, as sondagens mostram que existem milhões de pessoas que estão indecisas em votar ou pretendem abster-se do que apoiar qualquer um dos dois candidatos.
Com a tradicional direita e esquerda ausente da segunda volta nas eleições presidenciais francesas pela primeira vez desde 1958, cerca de 47 milhões de eleitores elegíveis são confrontados com a escolha entre o centrista Emmanuel Macron e o extrema-direita Marine Le Pen no dia 7 de Maio.
Sete em cada 10 eleitores estão descontentes com esta escolha, informou a AFP na quarta-feira, citando uma pesquisa.
Cerca de um em cada quatro, dizem que planeam abster-se no segundo turno de domingo, acrescentou a agência de notícias, dizendo que o dilema é expresso como uma escolha “entre a peste e a cólera”.
A participação e o número de abstenções na próxima segunda volta tornaram-se um grande problema, com um número significativo de eleitores indecisos capazes de balançar o resultado de qualquer forma.
Enquanto alguns dos candidatos eliminados, incluindo o republicano François Fillon, pediram aos seus apoiantes que dessem os seus votos a Macron, o esquerdista independente Jean-Luc Melenchon recusou-se a aconselhar os seus apoiantes sobre a forma de votar.
O movimento de Melenchon, La France Insoumise (que traduz-se em Português aproximadamente como França insubmissa, ou França de cabeça erguida ) realizou recentemente o seu próprio levantamento de intenções de voto entre os seus apoiantes. Votar em Le Pen não era uma opção nessa pesquisa e, 35% dos entrevistados disseram que Macron seria a sua escolha na segunda volta.
Trinta e seis por cento dos potenciais eleitores disseram que pretendem votar em branco ou sem voto, enquanto que 29 por cento planeia abster-se.
Na quarta-feira, Macron tinha uma vantagem de 20% sobre Le Pen, com 60% dos potenciais eleitores expressando a sua preferência em relação ao ex-banqueiro, informou a Reuters, citando uma pesquisa do Ifop-Fiducial.
No entanto, a forte liderança de Macron em alguns casos é um voto de candidato de extrema direita, em vez de um puro apoio para o centrista.
“Nunca imaginei que a Frente Nacional pudesse tornar-se tão grande”, disse um homem em Paris e continuou dizendo que votaria em Macron no segundo turno, disse à AFP.
“Eu odeio Marine Le Pen, ela deixa-me doente, mas eu estou a considerar que talvez a França precise de uma verdadeira sacudida”, disse uma mulher em Marselha à agência noticiosa.
“Tornou-se uma situação muito tensa”, comentou outro parisiense, dizendo: “É assustador ver a França tão fracturada”.
No dia 1º de maio, a capital francesa e outras partes da França foram envolvidas em protestos, com pessoas ocupando às ruas para rejeitar os dois candidatos. Grupos de radicais aproveitaram das fortes manifestações de milhares de homens, que resultaram em violentos confrontos com a polícia.
Fonte:
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