O Livre Arbítrio É Uma Ilusão

… Diz o Autor do livro

‘O seu cérebro é uma máquina do tempo’

Será que temos livre-arbítrio ou é tudo pré-determinado?

O tema do livre-arbítrio versus pré-destino tem mantido ocupado os filósofos e cientistas há séculos. A natureza da realidade tem sido debatida por grandes pensadores e eles chegaram a conclusões diferentes.

E se não tivermos um livre arbítrio?

De acordo com uma teoria provocadora sugerida por um líder neurocientista, o nosso livre-arbítrio é apenas uma ilusão.

No seu livro, O Seu Cérebro É Uma Máquina do Tempo, o pesquisador cerebral e autor best-seller Dean Buonomano usa a biologia evolutiva, física e filosofia para apresentar a sua teoria influente de como nós contamos e percebemos o tempo.

O cérebro humano, argumenta ele, é um sistema complexo que não só conta o tempo, mas o cria; Ele constrói o nosso senso de fluxo cronológico e possibilita “viagens mentais no tempo” – simulações de eventos futuros e passados.

O que é o tempo? Será que o nosso sentido da passagem do tempo é uma ilusão? Será que o livre-arbítrio existe ou o futuro é predeterminado?

Ao buscar as respostas, Buonomano revela muito sobre a arquitectura fascinante do cérebro humano quanto sobre as complexidades do próprio tempo.

Este trabalho virtuoso da ciência popular leva a uma realização surpreendente: o seu cérebro é, no seu núcleo, uma máquina do tempo.

Dean Buonomano, professor da UCLA, explora a teoria do eternismo e chega à conclusão de que o nosso livre arbítrio não é mais do que uma ilusão.

De acordo com Buonomano,

“Parece que tudo no universo já aconteceu sob o eternismo.

No contexto da física, há duas visões gerais da natureza do tempo. 

Um em que podemos pensar é o “presentismo”, que apenas o presente é real. E o segundo, podemos pensar como “eternismo” em que o passado, o presente e o futuro são igualmente reais. E sob essa visão, agora é o tempo, como aqui é espaço.

Em outras palavras, assim como estou aqui agora, é perfeitamente aceitável para mim que existam outros pontos no espaço em que eu poderia estar.

Da mesma forma, assim como estou aqui agora, sob o eternismo, há muitos outros momentos, o passado e o futuro, onde talvez existam outras versões de mim ou de outras partes da minha linha do mundo e são tão reais quanto eu.

Sob o eternismo, a questão do livre-arbítrio e do determinismo torna-se muito menos claro porque parece que tudo no universo já ocorreu sob o eternismo“. 

Buonomano baseia muitos dos seus pressupostos sobre a intrigante teoria do Universo Bloco segundo a qual o tempo aparente apenas passar.

A teoria do Universo Bloco, proposta por Bradford Skow, professor associado de filosofia no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), postula que o passado, o futuro e o presente coexistem no Universo.

Ao tratar o passado, presente e futuro como materialmente idênticos, a teoria é consistente com as leis da física, assim como as entendemos.

Num um sentido, a teoria do universo bloco parece não ameaçar as nossas intuições:

Quando Skow diz que o tempo não passa, ele não acredita que nada aconteça.

Os eventos ocorrem, as pessoas envelhecem e assim por diante.

“As coisas mudam”, Skow concorda com isso, mas ele também acredita que os eventos não navegam além de nós e desaparecem para sempre; Eles apenas existem em diferentes partes do espaço-tempo.

O professor Buonomano diz que é importante ter uma compreensão clara do que realmente significa livre-arbítrio.

“Penso que, na realidade, a partir de uma base de neurociência, o que devemos pensar sobre o livre-arbítrio é simplesmente um sentimento subjectivo das suas decisões inconscientes feitas pelo cérebro.  

A dor pode ser uma sensação do que acontece quando alguém pisa no nosso dedo.

O livre arbítrio é o sentido subjectivo – o sentimento que sentimos quando o cérebro inconsciente toma a decisão dando-nos a impressão de que era a mente consciente que acabou de tomar essa decisão “, diz o professor Buonomano.

Ele acha que o nosso cérebro foi projectado para navegar no nosso mundo continuamente em mudança, ao prever o que acontecerá e quando, e ao fazê-lo, ele propõe uma visão radicalmente nova do cérebro em que a função suprema dos circuitos neuronais é a de gerar processos cujas acções definem o tempo.

Ele admite que os físicos e neurocientistas ainda têm muito a aprender sobre a verdadeira natureza do tempo, mas, ao explorar conceitos que, a primeira vista, podem parecer exagerados, podemos entender melhor a realidade.

Com base na física, na biologia evolutiva e na filosofia, o professor Buonomano mostra que o objectivo final do cérebro pode ser de prever o futuro – e, portanto, o seu cérebro é uma máquina do tempo.

Fonte:

https://www.bibliotecapleyades.net/ciencia2/ciencia_consciousuniverse728.htm

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