Covid: Máscaras E Distanciamento Social ‘Podem Durar Anos’

As pessoas podem precisar usar coberturas faciais e estar socialmente distantes por vários anos até voltarmos à normalidade, previu um importante epidemiologista.

Mary Ramsay, chefe de imunização da Public Health England, disse que medidas básicas podem estar em vigor até que outros países implementem as vacinas com sucesso.

Ela também disse que um retorno de grandes eventos de espectadores exigia um monitoramento cuidadoso e instruções claras sobre a permanência segura.

O Secretário de Defesa não descartou que a proibição de ferias no estrangeiro fosse prorrogada.

Ben Wallace disse ao Programa Andrew Marr da BBC One que reservar uma pausa no exterior agora seria “prematuro” e “potencialmente arriscado”.

O Reino Unido estabeleceu outro recorde para o número de doses de vacina coronavírus dadas num único dia no sábado, com 844.285 vacinas.

O Dr. Ramsay disse que as restrições como coberturas faciais em lugares lotados e distanciamento social se tornaram aceites por muitos e ainda permitiram que a economia funcionasse.

Ela disse que “as pessoas se acostumaram com essas restrições de nível inferior agora, e podem viver com elas, e a economia ainda pode continuar com essas restrições menos severas”.

“Então eu acho que certamente por alguns anos, pelo menos até que outras partes do mundo estejam tão bem vacinadas quanto nós, e os números tenham caído em todos os lugares, é quando podemos voltar gradualmente a uma situação de estado mais normal”, acrescentou ela.

Advertindo que era “muito importante não relaxarmos muito rapidamente”, a Dr. Ramsay disse que qualquer vírus circulante inevitavelmente apanharia aqueles que são vulneráveis.

“Temos que olhar com muito cuidado antes que qualquer uma dessas restrições seja suspensa”, disse ela.

O professor Chris Whitty, principal conselheiro médico do governo do Reino Unido, disse aos parlamentares no início deste mês que esperava-se “intervenções simples como lavar as mãos, máscaras quando apropriado, teste e rastreamento e, acima de tudo, vacinas” manteriam o vírus controlado além do verão.

Sir Patrick Vallance, o consultor científico chefe, também disse que as máscaras podem ser necessárias em certas situações se o número de infecções aumentar no inverno, mas que é possível que as pessoas comportem-se naturalmente de uma forma que promova o distanciamento social.

Um grupo de assessores científicos do governo disse no mês passado que “manter uma linha de base de políticas que reduzam a transmissão” será necessário por algum tempo.

Esses especialistas disseram que isso poderia incluir testes e rastreamento contínuos, auto-isolamento e mensagens públicas que encorajam “ações voluntárias para reduzir os riscos”.

O roteiro do governo para aliviar o confinamento na Inglaterra afirma que todos os limites legais ao contato social serão removidos até 21 de Junho.

Num segundo levantamento de restrições na segunda-feira, 29 de Março, as pessoas poderão misturar-se ao ar livre com até cinco outras pessoas num retorno à chamada “regra dos seis”. As instalações desportivas e de lazer ao ar livre também podem ser reabertas, desportos ao ar livre organizados são permitidos mais uma vez e grupos de pais e crianças ao ar livre com até 15 pais podem reunir-se.

Na Escócia, o culto comunitário recomeça em 26 de Março. No País de Gales, os supermercados podem vender itens não essenciais a partir de segunda-feira, e centros de jardinagem podem abrir. E na Irlanda do Norte, seis pessoas de duas famílias podem encontrar-se em jardins privados a partir de 1º de Abril.

O governo estabeleceu uma revisão das medidas de controlo do coronavírus a partir do verão do mês passado.

Enquanto isso, Sir Paul Nurse, chefe-executivo do Instituto Francis Crick, disse ao programa The World This Weekend da BBC Radio 4 que deveria haver uma investigação rápida sobre o que aconteceu durante os primeiros meses da pandemia. Ele disse acreditar que houve uma “lentidão na resposta política – quase casual na verdade – sugerindo uma falha no aconselhamento científico e médico ao poder político”.

“Devemos fazer uma investigação rápida da primeira parte da pandemia – Janeiro a Junho – para que possamos aprender as lições e estar melhor preparados para o futuro”, disse ele.

O professor Jonathan Van-Tam, vice-diretor médico da Inglaterra, sugeriu na semana passada que um inquérito público sobre a pandemia agora seria uma distração indesejável para aqueles que têm a tarefa de controlar o vírus.

Fonte:

https://www.bbc.co.uk/news/uk-56475807

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